quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A Arquitectura Aplicacional — Introdução

[Este é o primeiro artigo da série “A Arquitectura Aplicacional” II) Análise de Características III) Factores de Sobrevivência]

Quero partilhar convosco algumas ideias acerca de arquitecturas para o desenvolvimento de aplicações (i.e. software!). Tal como salienta o ambicioso título, vamos descobrir “A Arquitectura Aplicacional” — aquela que será o Santo Graal das arquitecturas aplicacionais. A sério, não vamos descobrir nada de novo. Vamos apenas olhar para aquilo que já conhecemos,  que, provavelmente, já usamos, e dedicar-lhe algum do nosso tempo.  O tema é vasto o suficiente para justificar que o abordemos em vários artigos. Este é o primeiro artigo da série que se seguirá.

Arquitecturas há muitas, tantas quantas se quiser inventar. No limite da interpretação, cada sistema é uma arquitectura, e há infinitos sistemas. No entanto, tais arquitecturas seriam de pouco valor, para lá dos sistemas que as originaram,  por serem tão talhadas para eles. Já não seriam arquitecturas. Seriam só mais uns sistemas.

No outro extremo, existiria uma arquitectura tão geral que se aplicaria a todos os infinitos sistemas. Não teria nada de específico. Não serviria para nada. Não seria uma arquitectura. Mas é pena. Eu adorava que existisse.

Se não existe “A Arquitectura Aplicacional”, existirão pelo menos boas e más arquitecturas. Podemos identificar características destas que nos permitam entendê-las e desenhá-las melhor, quem sabe, até, que permitam abstrair-mo-nos dos sistemas originais.

A arquitectura clássica (quem sou eu para afirmar isto?) trata do problema da organização do homem no espaço. Lida com a relação do “homem com os seus objectos”; estes últimos vão desde o mobiliário, aos edifícios e à paisagem. Os objectos da arquitectura aplicacional são outros (passo a piada). São sistemas, processos, componentes, pacotes, entidades, classes, interfaces, tabelas, camadas, contratos, padrões, interacções e mais uns quantos que, sinceramente, não me recordo. A arquitectura aplicacional trata do problema da organização do homem no espaço, virtual.

É isso então. Temos apenas que compreender melhor a natureza das diferentes relações entre estes objectos (e entre os objectos e o homem). Esse conhecimento, servir-nos-á de guia para desenhar qualquer arquitectura que venha a ser necessária.

No próximo artigo vamos baixar um pouco a altitude. O ar por aqui é rarefeito.

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